Habitação

Tipo de Habitação

As casas mais antigas hoje existentes datam do século XVI. São térreas, com janelo no lugar da cozinha, telha vã, com um quarto separado para os pais e outro para as filhas. Os filhos dormiam na “corte” dos animais, em “tarimba” armadas sobre quatro estacas ou directamente sobre o “estrume” dos animais que, com o seu calor supriam a falta de roupa para a cama.
Na cozinha via-se o “caniço” feito de varas, por onde passava o fumo na benéfica missão de secar as castanhas as quais eram a base da alimentação durante a maior parte do ano. Na cozinha também havia o fumeiro, local onde se secavam as chouriças, farinheiras e morcelas.
Numa divisão da casa arrumavam-se duas arcas muito toscas. Uma era a salgadeira, onde era conservado o “marrano” morto pelo Natal ou Carnaval e que duraria para todo o ano. A outra arca servia de guarda-roupa da família. Ali se guardava a roupa de “ver a Deus”, o enxoval do noivado e o da mortalha.
 

A construção evoluiu um pouco e surgiu a casa de dois pisos: rés-do-chão e primeiro andar.
O rés-do-chão era dividido ao meio sendo metade utilizado para arrumar as alfaias e os géneros agriculas. A outra metade destinava-se aos animais.
Com a emigração a construção evoluiu bastante.
Os materiais utilizados deixaram de ser a pedra e o barro e passaram a utilizar-se os tijolos, blocos, cimento...
As casas deixaram de ser forradas a madeira passando a fazer-se as placas. A pintura interior e exterior vem dar beleza, frescura e alegria não só às pessoas mas também à paisagem.
Hoje, na Benespera, já podemos vislumbrar mais construções modernas que antigas.
A freguesia de Benespera congrega 315 alojamentos familiares (2001), sendo muitos construídos em pedra, mas já com muitas casas recuperadas e outras novas.